Ode aos exames

Ah, os exames! Essas viagens de ida sem volta que os temerários enfrentam secularmente!
Onde muitos naufragam numa sala dantesca, engolidos no esquecimento do chumbo...Cada alínea, um combate; cada pergunta, uma batalha titânica pela sobrevivência (ou pelo 10), raramente bem sucedida e deveras trabalhosa.
No atroz sofrimento da ignorância e incúria, despertam os heróis lendários, quais principes guerreiros resplandecendo numa armadura de conhecimento, subjugando os demónios e armadilhas que encerra cada página que passa, armados apenas d valorosa caneta, que, incansável, calcorreia a aridez da folha em branco.
Alguns, ínfimos, quais deuses etéreos do Olimpo magestoso, alcançam a glória inalcansável do 20, o nirvana dos estudantes que, teimosamente, se recusam a aparecer nas teóricas, ontem como hoje, mas que continuam a jurar obediência a Baco, o seu deus patrono e protector nas horas alegres.
Agora, como amanhâ, o sol voltará a nascer ao meio-dia para quase todos, e quase todos continuarão a desesperar na aproximação dessa viagem maldita, penar dos seus pecados e desabalar da sabedoria, que são os exames.
Ide, bravos guerreiros, sede os vossos deuses e percorram esse caminho de solidão. Quem sair incólone, lembre-se sempre dos que cairam, e que para o ano voltarão, pois amanha sereis vós que ireis cair, e outros assim sucederão!!
Que Baco vos guie e acompanhe...